A combinação de profissionais especializados em tecnologia e programas de computador capazes de realizar perícias e rastrear ‘pegadas digitais’, compõem a chamada ‘cibersegurança’, que vem ganhando cada vez mais destaque dentro das instituições. É através deste trabalho, altamente técnico, que crimes complexos têm sido desvendados nas mais diversas esferas de investigação.
Na perícia de celulares, computadores, entre outros equipamentos, é possível rastrear e até recuperar dados que foram apagados. Recentemente, o caso da morte do menino Henry Borel, de apenas 4 anos, no Rio de Janeiro, trouxe à tona a relevância da cibersegurança e dos profissionais de tecnologia que atuam neste segmento. Foi por meio da análise de aparelhos celulares dos envolvidos que mensagens trocadas, as quais haviam sido apagadas, foram recuperadas. Seus conteúdos foram determinantes para a conclusão do inquérito policial.
“Existe uma área chamada análise forense computacional, que está presente inclusive em alguns órgãos como as polícias Civil e Federal, que contam com especialistas e setores específicos, os quais se dedicam a investigações para identificar fraudes, esquemas de corrupção, entre outros crimes, por meio da perícia digital”, destaca o professor Gleudson Júnior, coordenador dos cursos de Pós-Graduação em Tecnologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit Pernambuco).
Ainda segundo o professor, é cada vez mais necessário o investimento de empresas públicas e privadas em cibersegurança. “Incidentes de segurança são cada vez mais comuns, tanto que frequentemente chegam até nós notícias sobre vazamento de dados de clientes de empresas, aplicativos, redes sociais. Geralmente, os clientes de consultorias em cibersegurança notificam algum problema de segurança que tenha ocorrido, o qual tenha causado um impacto na operação e no negócio da organização, e que requer a intervenção de um time de segurança para poder responder a esse incidente, inclusive em questões que envolvem o escopo jurídico”, revela.
O avanço dos chamados ‘cibercrimes’ fez com que delegacias e divisões especializadas em cibersegurança se estruturassem em instituições federais, por exemplo, como é o caso da Polícia Federal. “Existem delegacias especializadas em cibercrimes, bem como leis mais específicas que giram em torno desta questão, apesar de que o Brasil ainda engatinha neste sentido, comparado a outros países. Mesmo assim, alguns avanços foram conquistados desde o marco civil até a Lei Geral de Proteção de Dados, iniciativas que evidenciam a preocupação do País neste sentido”, enfatiza o professor.
Asscom | Grupo Tiradentes